segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Senhores fantáticos

Senhor P. e Senhor D. estão reunidos na sala da diretoria, decidindo os rumos do país. Senhor P. sente-se incomodado com o índice populacional que aponta forte revolta com o governo. Neste momento exige algum plano do Senhor D. que já tem respostas à todas situações.

- Há uma maneira eficiente de manter o controle que perdemos, mas temos que ser sutis.

- Misturar calmantes na farinha não deu certo na última vez. Senhor G. foi demitido por esta bobagem. Espero que o senhor tenha uma carta na manga, Senhor D.

- Não usaremos calmantes, respondeu Senhor D. devemos manter as pessoas produzindo, e isto vai afetá-las. Não sou um tolo, Senhor P. Minha ideia consiste em apoiar a revolta, direcionando-a.

Senhor P. alegrou-se por descobrir um parceiro tão astuto. - Transformaremo-los em massa de manobra útil à nós? Conte-me, como faremos? - perguntou.

- Eles trabalham o dia todo, e mesmo assim continuam com energia para ameaçar-nos. Vamos fazê-los sentir que devem ter suas próprias lutas. Quem não luta está errado, assim dirão. Porém direcionaremos suas iras para incômodos que não afetam suas vidas diretamente, assim como não tem importância alguma a nós. Causas que não mudarão, fazendo a luta ser contínua, soltando ao vento toda energia acumulada.

- E o que ganharemos com isso? Precisamos ganhar algo com a situação.

- Se algum movimento inútil tiver destaque, saberemos exatamente quais serão seus líderes. Fica fácil controlá-los desta forma.

- Excelente, Senhor D. Excelente! Usaremos a grande mídia para fazê-los captar a ideia de maneira subjetiva. Nada muito direto, para acharem que estão pensando.

- Como és inocente, Senhor P. Temos o controle da grande mídia mas os jovens já não acreditam mais nela. Deveremos usar a contracultura.

- Desde quando controlamos a contracultura?

- Segundo os relatórios do Senhor G., faz mais de dez anos. Até que ele não era tão inútil.

- Mas tu és fantástico em tudo que fazes, Senhor D.

- Você está puxando meu saco, Senhor P.?

- Da maneira mais sincera possível.

-Gostei. Faz bem ao meu ego. Resolvemos o assunto. Podemos encerrar por aqui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário