segunda-feira, 20 de maio de 2013

Sobre a literatura russa

Dentre os livros que li, uma paixão me ocorreu pela literatura russa. E é sobre ela que escrevo, mais precisamente indicando o que li. Há quem diga que os russos foram os escritores que melhor compreenderam a alma humana, relatando suas alegrias, motivações, desesperos e posições na sociedade. Teve sua era de ouro no século XIX, com início na introdução do romantismo no país.

Seus principais expoentes, Fiódor Dostoievski e Liev Tolstói, viveram de maneiras opostas, e a partir de suas distinções ao ver a vida, trataram de temas inversos, representados em suas obras. O primeiro sempre viveu na miséria, algumas vezes escrevendo suas obras às pressas somente por ter contas pendentes (a exemplo do livro O Jogador). Mestre na arte da prosa e do realismo, possui personagens febris, que tomam suas atitudes perante o desespero de almas atormentadas psicologicamente. Teve como principais obras Crime e Castigo, Notas de Subsolo (ou Memórias de Subsolo), O Idiota, e Os Irmãos Kamarazóv (estes dois últimos ainda não li). Enquanto o romancista Liev Tolstói nasceu em família rica, gozando da posição de Conde. Escreveu sobre a aristocracia russa, traçando um panorama social e histórico do país. Seus personagens costumam ter atitudes nobres, conflitos metafísicos e retratam hipocrisias sociais. Guerra & Paz, livro sobre a invasão napoleônica à Russia, é maior destaque dentro da literatura no país, não ficando muito à frente de Anna Karenina, do mesmo autor. Enquanto Dostoiévski viveu na miséria e morreu procurando fugir dela, Tolstói entrou em crise espiritual na meia idade, renegou seu dinheiro e faleceu buscando a fuga para uma vida simples.


Destaco também Ivan Turguêniev, que com o romance Pais e Filhos mostra o choque idealista sempre existente entre as gerações, além de popularizar nihilismo, alertando sobre a sua consequente decadência de valores sociais. E aos que gostam de histórias menores, Anton Tchekhov é aclamado como um dos maiores contistas de todos os tempos. Um revolucionário para o gênero. Queria poder indicar mais autores, mas escrevo somente sobre o que li. Estou com Almas Mortas, de Nikolai Gogol, em mãos, esperando na fila de próximas leituras.

Com a introdução do comunismo no país na revolução russa de 1917, e a censura do regime soviético, a literatura russa entrou em rápida decadência no início do século XX.

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