Saindo de casa, fitei dois olhos tristes de um cão
Diminuí o passo, vislumbrado com aquele brilho comovente de pidão
Pensei em suas chagas, caminhadas vagas, na fome e no mal da solidão
Seguiu-me num trecho, não chegando ao desfecho, percebendo ser só admiração.
Entre ciências, filosofias e crenças, tentamos entender nossa situação
Enquanto este animal, menos racional, apenas vive sem buscar explicação
E em minha mente permaneceu a imagem daquele brilho indiferente à razão
Pois a vida, apesar de linda, hoje pôde ser lida nos olhos tristes de um cão.
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