quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Poemas Desconjuntos

Saturno Adormecido

Já não sou o mesmo
de três horas atrás
O tempo chega atróz
transcendente e fugaz
Só visível nas marcas
sulcadas ano após ano
Transpassa imperceptível
sendo o destino possível
de nosso fútil cotidiano

(05/11/2014)

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Encontro interno

Hoje o ar acordou umedecido de nuvens
Estaria mais seco com o sol a aquecer
Mas este decidiu não aparecer
Conservando-se em sua solidão
Até ele necessita buscar a si
Nos dias em que as nuvens choram

(05/11/2014)

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Desmetrificando

Mantenho os versos livres.
Poemas buscando criadores,
findando como quiserem.
Variam, e por isto são belos.
Os desejo em rimas, se
desta forma em mim chegarem.
Os mantenho pequenos, se
timidez apresentarem.
Não tento mais tateá-los,
e assim, somente os contemplo.
Sem desejo de ritmar o mundo.
Sem tentar metrificar humanidades.

(15/10/2014)

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Partum

Cria-te como o forte vento
Balançando folhas e galhos
Ou como o cheiro azul
De um fraterno abraço amigo
Cria-te como o riso fácil
Que inspira felicidade
Trazendo alegria contigo
Cria-te para camelo,
Leão e por fim criança
Como um próprio moldador
Que acima de tudo dança

Conheço pessoas
Que criaram-se filmes Chaplianos
Há indivíduos que de tão humanos
Hoje me são poemas.

(19/10/2014)

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