No pior estado mundano
Da necessidade aprendi
A ser menos humano
E mais feito o colibri.
(26/03/2015)
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Fechei minhas janelas pois
o mundo perdeu-se lá fora.
Passei a desfrutar aqui dentro
Inertes momentos de calmaria
Destituindo minhas ideias e ideais.
Guardei-as junto aos cobertores
Tão volumosos e tão defasados
Com a chegada do último verão.
Me indago sobre meus erros
Ou até se estes erros existem.
E se há erros tão irreais
Como o de sentir-se pequeno
E ignóbil perante o universo.
(23/03/2015)
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Cinco ou Cinquenta Versos
Tenho guardado em mim
cinco ou cinquenta versos
que nunca publicarei
para que você não leia
Naturalmente passaremos
igual às águas cursam o rio
as estações mudam o plantio
ou o tempo preenche o vazio
E ao rumarmos diferentes lados
estes cinco ou cinquenta versos
estarão agora calados
dispersos e cicatrizados
Terei fechado em meu fim
cinco ou cinquenta lembranças
como parte de minhas andanças
nos ternos registros deste ser.
(11/03/2015)
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Se quiser alguém pra andar contigo
Serei amante e fiel amigo
Seguindo o caminho que destinar
Se precisar contar os teus problemas
Estarei atento nestes dilemas
Compreensivo ao que me confiar
Caso prefiras insignificâncias
Juntos brincaremos de ser crianças
Explorando o que o tempo levou
Se quiser abrir os teus defeitos
A julgar não me darei direitos
Pois é mais humano quem já falhou
Precisando de abraços apertados
Encontrarás os meus braços calados
E no silêncio aliviarei teus fardos
Sem ser farto de ilusões.
(05/02/2015)
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